É possível que em algum momento da sua vida tenha se perguntado se você é alguém interessante. Ou como eu, tenha se deparado com a opinião de alguém cuja importância tenha posto a sua personalidade em cheque.
Afinal, o que faz de uma pessoa interessante? A pergunta pode ser facilmente respondida com inúmeros adjetivos. Alguns bem objetivos, como inteligente, agradável, simpático, generoso, elegante, discreto ou bonito. Outros tantos subjetivos como encantador, atraente, excêntrico, autêntico, viril, importante, enfim. Uma infinidade de qualidades fazem uma pessoa ser (ou parecer) interessante. Mas principalmente o conjunto delas.
A verdade é que o que nos faz interessante (ou não) é ser uma pessoa ímpar. O velho jargão, ‘ter personalidade’, um antigo conceito conhecido de todos nós.
Ter personalidade implica em seguir determinados caminhos, fazer as amizades certas, tomar atitudes condizentes com a pessoa que gostaríamos de ser.
Ser alguém afinal, é muito mais que ser um personagem, é ser o protagonista da nossa história.
Atire a primeira pedra quem nunca se imaginou numa narrativa, cujo personagem principal é você mesmo, e os outros fazem parte de um elenco? Pois bem, personagem que se preze tem todo um enredo, seus pares, suas características, seu figurino e até trilha sonora.
Toda essa fantasia de si mesmo ajuda e muito a construir esse tal ‘ser interessante’.
O indivíduo interessante é antes de tudo, um grande interessado. Sabe o que acontece à sua volta, mas se atêm ao que permeia sua trajetória, está atento aos amigos, entende o valor do seu trabalho, mas não vive em função dele e costuma ter um bom relacionamento com a família, ou parte dela. Ser interessante também é ser curioso, estar disposto a conhecer o que até então, pra ele, é resto.
Graças à Deus, uma pessoa interessante nunca é perfeita, ela é o que é, doa a quem doer. Seus defeitos costumam ser um atrativo à parte.
De tudo relativo ao tema, folgo em saber o estritamente necessário. Que não há uma receita. Sei que o interesse já existe nas convicções de cada um. Ou seja, ele está nos olhos de quem vê. Ou ainda, que cada pessoa sabe exatamente o que procura.
Mas o interesse também pode surgir face ao novo, ao inesperado e até mesmo ao completo desconhecido. Em uma fração de segundo ele tem o poder de colocar por terra os padrões de antigos quereres. É uma nova vida que se abre ao bel prazer do nosso livre arbítrio. Uma vida nova, desprovida de preconceitos, e principalmente livre da nossa zona de conforto.
Amar o aceitável, o bonito, o que nos convém é fácil. Atrair-se para o mistério que mina nossa confiança é infinitamente mais interessante do que ser ou julgar-se interessante.